terça-feira, 29 de junho de 2010

Notícia em torno ao debate sobre a morte de Jango

Demos guarida em nosso blog ao debate sobre a morte de João Goulart que iniciou Moniz Bandeira contra declarações de Osvaldo Monteal e da família Goulart de que ela havia sido um assassinato. Agora Moniz me envia uma nota que faz pender muito fortemente a opinião a favor de suas teses. Não se trata de fato novo sobre os acontecimentos e sim de uma decisão judicial que assume firmemente as tesis do historiador e amigo Moniz Bandeira. Que julguem os leitores.



Porto Alegre, 26 de junho de 2010.

Investigação sobre a morte do ex-presidente Jango é arquivada

Segundo matéria do jornal Folha de São Paulo, MPF não viu indícios de assassinato




Reportagem publicada na edição desta sexta-feira do jornal Folha de São Paulo revela que o Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar a investigação sobre a morte do presidente João Goulart, em 1976. A matéria indica que o procurador da República Júlio Schwonke de Castro Júnior descarta existir uma conspiração internacional para matar o gaúcho que governou o Brasil de 1961 a 1964, durante o exílio dele, em Mendoza, na Argentina.

Para o procurador, a suspeita de assassinato se baseava unicamente em depoimentos confusos e contraditórios de Mário Neira Barreiro, ex-agente da ditadura uruguaia preso por crimes como assalto a carro forte e tráfico de armas no Rio Grande do Sul desde 2000. Ele cumpre pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

Barreiro disse à Polícia Federal ter participado de uma ação conjunta dos regimes do Cone Sul batizada de Operação Escorpião para eliminar Jango e impedir seu retorno ao país. Segundo o relato dele, o presidente teria morrido por envenenamento e não por infarto, como está registrado em seu atestado de óbito.

A investigação foi aberta há quase dois anos e meio pelo MPF. O órgão analisou documentos secretos e ouviu diversas testemunhas, entre elas um ex-adido militar em Buenos Aires e a ex-primeira-dama Maria Thereza Goulart, informa a reportagem da Folha.

No despacho assinado no dia 9 deste mês, Schwonke ainda manifestou irritação com Cristopher Goulart e ameaçou responsabilizá-lo criminalmente por não devolver os autos (documentos da investigação) do caso. Neto de Jango, ele criticou o arquivamento e insinuou que o MPF não se empenhou o suficiente.

A reportagem do jornal cita que o neto prometeu devolver os autos e que ele estuda pedir a abertura de nova investigação na Argentina, onde o presidente morreu. No mês passado, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira disse, à Folha, acreditar que a família Goulart reforçaria a tese conspiratória por interesses financeiros. Os herdeiros negaram a acusação.

Fonte: Samuel Vettori/Rádio Guaíba

Crédito da foto: CP Memória

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