domingo, 29 de agosto de 2010

Boletim Semanal - Notícias e Artigos Jornalísticos

Mensagem à Assembléia Nacional lido pelo companheiro Fidel

Vimos chamando a atenção para a advertência de Fidel Castro sobre os perigos de uma guerra nuclear mundial a partir do ataque ao Iran. Fidel Castro, ao reassumir suas funções na Assembléia Popular de Cuba (cuja existência, eleição e funcionamento são ocultadas sistematicamente pela grande imprensa mundial) fez novas declarações muito importantes sobre o tema. Ele vê um movimento de desmobilização das articulações aventureiras de direita nas atuais circunstâncias internacionais. Cita o caso da libertação do companheiro Geraldo, um dos cinco prisioneiros cubanos de consciência nos Estados Unidos. Podíamos citar também o recuo das provocações colombianas, a partir da nova gestão do presidente Santos. Podemos citar também as crescentes dificuldades estadounidense no Oriente Médio e no Afganistão, sem falar no atoladeiro que se está armando na potência nuclear que é o Paquistão. Parece que a ultradireita vai ser obrigada a recuar neste momento, até quando não o sabemos. Em todo caso é uma oportunidade para Obama tentar um avanço.
Ofereço aos leitores dois documentos. O discurso de Fidel Castro e a minha carta aberta de saudação pelos seus 80 anos que foi publicada com grande destaque no Gramma internacional em 2007.



Primeira Sessão Extraordinária da VII Legislatura da Assembléia Nacional do Poder Popular, realizada no Palácio dos Congressos, em 7 de agosto de 2010, “Ano 52 da Revolução”.
(Versões Estenográficas - Conselho de Estado)


Mensagem à Assembléia Nacional lido pelo companheiro Fidel:

No início, faz apenas oito semanas, pensei que o perigo iminente de guerra não tinha solução possível. Tão dramático era o quadro que tinha enfrente de mim, que não via outra saída que não fosse a da sobrevivência, talvez provável, na parte deste hemisfério que não tinha motivo para ser alvo de ataque direto e em algumas regiões isoladas do planeta.
Era muito difícil, sabendo que o ser humano se aferra sempre a uma perspectiva mesmo que seja remota.
Apesar de tudo, fiz o intento.
Por fortuna, não demorei muito em me dar conta de que havia uma esperança, e certamente muito profunda. Porém, se a oportunidade se perdesse, o desastre adquiriria a pior das conseqüências. A espécie humana não teria então salvação possível.
Contudo, estou certo de que não será assim e, pelo contrário, estão sendo criadas nestes momentos as condições para uma situação nem sequer sonhada até há muito pouco tempo.
Um homem terá que tomar sozinho a decisão: o Presidente dos Estados Unidos. Com certeza, por suas múltiplas ocupações, ainda não se apercebeu, mas seus assessores começam a compreendê-lo, pode ser visto por passos simples mesmo como o cessar das torturas a Gerardo, um fato que não se tinha produzido em 12 anos de implacável ódio do sistema contra Cuba e contra ele. Hoje poder-se-ia predizer que o próximo passo será a autorização para que Adriana possa visitá-lo, ou sua libertação imediata, ou ambas as coisas. Através dela soube que seu estado de ânimo é o melhor em 12 anos de injusta e cruel prisão.
Visto que o Irã não vai cederá um ápice perante as exigências dos Estados Unidos e Israel, que já mobilizaram vários dos meios de guerra que possuem para fazê-lo, teriam que atacar logo depois do vencimento da data acordada pelo Conselho de Segurança em 9 de junho de 2010, assinalando as normas e os requisitos estabelecidos.
Tudo quanto o homem deseja tem um limite que não pode ultrapassar.
Neste caso crítico, caberia ao Presidente Barack Obama dar a ordem para o tão anunciado e apregoado ataque, cumprindo as normas do gigantesco império.
Porém, no mesmo instante em que desse a ordem, que é, além disso, a única que poderia dar devido ao poder, a velocidade e o incontável número de projéteis nucleares acumulados em uma absurda concorrência entre as potências, estaria ordenando a morte instantânea não apenas de centenas de milhões de pessoas, entre elas, um incalculável número de habitantes de sua própria Pátria, más também dos tripulantes de todos os navios da frota dos Estados Unidos estacionada nos mares em redor do Irã. Simultaneamente, a conflagração explodiria no Oriente Próximo e no Longínquo, além de em toda a Eurásia.
Quis o azar que, nesse instante preciso, o Presidente dos Estados Unidos seja um descendente de africano e de branco, de maometano e cristão. ¡¡¡NÃO A DARÁ !!!, se tomar consciência disso. É o que estamos fazendo aqui.
Os líderes dos países mais poderosos do mundo, aliados ou adversários, com exceção de Israel, exortá-lo-iam a que não o faça.
O mundo depois vai lhe render todas as honras que lhe correspondam.
A ordem atual estabelecida no planeta não poderá perdurar, e inevitavelmente será derrubada, de imediato.
As chamadas divisas conversíveis perderão seu valor como instrumento do sistema que impôs aos povos um contributo de riquezas, de suor e sacrifícios sem limites.
Novas formas de distribuição dos bens e serviços, educação e direção dos processos sociais surgirão pacificamente, porém se a guerra estourasse, a ordem social vigente desaparecerá abruptamente e o preço seria infinitamente maior.
A população do planeta pode ser regulada; os recursos não renováveis, preservados; a mudança climática, evitada; o trabalho útil de todos os seres humanos, garantido; os doentes, assistidos; os conhecimentos essenciais, a cultura e a ciência ao serviço do homem, garantidos. As crianças, os adolescentes e os jovens do mundo não morreram nesse holocausto nuclear.
Isto é o que desejava lhes transmitir, caros companheiros de nossa Assembléia Nacional.
Neste momento estou em disposição de prestar contas por estas palavras, responder as perguntas que desejarem me fazer e escutar as opiniões de vocês.

Muito obrigado (Aplausos).


FIDEL CASTRO: UM TESTEMUNHO

THEOTONIO DOS SANTOS


Fidel Castro é o dirigente político no poder por mais tempo no mundo todo. Lembro de um carregador de malas no aeroporto da Havana que, nos anos oitenta, insistia em me provar que Fidel era o maior líder de toda a história. Citava Lênin, Stalin, Roosevelt, Miterrand, vários outros que conhecia e tinha estudado. Todos eram vencidos por Fidel pelo seu profundo contato com seu povo, pela dimensão do desafio que representava uma pequena ilha como Cuba desafiar o maior poder do mundo. Jamais lhe ocorreu, como à maior parte da população cubana, possivelmente a mais politizada do mundo, ver em Fidel uma expressão de violência, de imposição, de ditadura.

Apesar disso, em grande parte do mundo ocidental vê-se na imprensa diária uma imagem totalmente diferente do Fidel. Sempre ameaçador, sempre delirante, sempre disposto a defender as causas contrárias aos Estados Unidos, sempre disposto a manter-se no poder sem limites. Quantas coisas terríveis lhe são atribuídas, e se dizeres algo em contra massacram-te com tantos adjetivos e desqualificações que pareces um extraterrestre. Desligam o microfone, suspendem tua entrevista na TV, retiram-te das colunas da grande imprensa e assim sucessivamente.

Tenho acompanhado em detalhes a revolução cubana desde minha juventude. Tenho lido seus discursos desde Sierra Maestra. Tenho estudado todas suas declarações. Tenho convivido com pessoas que foram ver a revolução cubana desde seu berço. Até que, muito mais tarde, por razões várias, vim a conhecê-lo pessoalmente no Chile da Unidade Popular. Desde então foram muitas as oportunidades em que tratei com ele diretamente. Não sei se posso dizer que sou seu amigo pois temos estado sempre em conversas políticas ainda quando em ambientes restringidos. Mas tenho um sentimento de ter nele um companheiro de lutas, um companheiro atento e sempre muito educado, muito sensível, muito preocupado com seus companheiros e amigos, com as pessoas em geral e com a humanidade como um todo.

Se Fidel tem alguma coisa a ver com um ditador, que bons seriam os ditadores. Tenho conhecido muitos políticos de várias orientações, fora e no poder. Nenhum tem ou teve a profundidade intelectual e a dimensão humana de Fidel Castro. Nenhum consegue manter o estudo sistemático de um problema por horas e horas em todos os seus detalhes e em todos seus aspectos como Fidel. Nenhum é capaz de manter-se em uma reunião acadêmica por algumas horas, muito menos por vários dias em várias horas diárias (de 9 da manhã até a meia noite como tenho visto ele manter-se em várias oportunidades.) E se é verdade que quando toma a palavra é muito difícil detê-lo, escuta também, anota, responde exatamente o que lhe é perguntado e tantas outras manifestações de respeito humano e de consideração ao trabalho intelectual. Mas sobretudo é o único político responsável em termos de chefe de estado que admite debater abertamente com os que discordam dos seus pontos de vista. Certamente nenhum dirigente democrático que conheci tem esta qualidade. Na verdade, é o único que a pratica amplamente, com paixão e rigor, com autenticidade. Devo corrigir: está surgindo um novo líder político com esta qualidade. Trata-se de Hugo Chávez. Vamos ver se conseguirá mantê-la portanto tempo. Até os oitenta anos como Fidel Castro. Acredito que é o primeiro discípulo de Fidel com esta característica que explica em grande parte sua longa permanência no poder.

Estranha-me também que Fidel não se dirija a seus subordinados com palavras de baixo calibre e com ordens impositivas, como ocorre nas democracias em vários níveis. Quantas vezes tenho ouvido explicações de amigos no poder de que de outra forma não seriam respeitados. Tenho convivido muito com subordinados que gostam da imposição do superior como forma de escapar das responsabilidades, como oportunismo e “carreirismo”. Certamente tem muita gente assim em volta de Fidel. Mas ele não parece necessitar da violência verbal para se impor. Contam amigos que viveram os períodos iniciais da revolução cubana muito perto dele e dos dirigentes revolucionários que suas discussões eram violentíssimas e apaixonadas. Pode-se imaginá-lo em meio das tempestades revolucionárias onde se tomam decisões radicais sem saber exatamente suas conseqüências. Tenho visto debates violentos entre os sandinistas, até sobre temas tão aparentemente distantes da revolução como por exemplo o papel da rima na poesia. Ver aqueles homens e mulheres armados discutindo as orientações das oficinas de poesia com tanta paixão parecia algo surrealista. Mas não havia violência de palavras, uso de palavrões, tentativas de imposição irracional. Dessa forma imagino os debates do período inicial da revolução que não pude compartilhar.

Lembro das paixões que, ainda no Chile tão comedido e “britânico”, produziam-se durante o processo revolucionário de 1970 a 1973 nos quais participei intensamente. Com o tempo, Fidel foi crescendo entre os revolucionários e talvez muito poucos se atrevessem a contestá-lo. Mas quantas vezes ele mesmo assumiu a autocrítica, como no fracasso da colheita dos 10 milhões de toneladas de açúcar em 1967. Era magnífico vê-lo frente a milhões de cubanos na praça pública assumir todas as responsabilidades do fracasso e, em seguida, pôr seu cargo a disposição do povo. Nunca vi nada similar em meus 50 e tantos anos de experiência política.

Um sentimento de debilidade de seu poder pessoal ficou na minha mente quando em 1985 o convidei a participar do Congresso Latino-americano de Sociologia que organizei no Brasil. Era evidente sua vontade de estar presente. Controlou sua vontade de participação quando lhe propus a criação de uma grande revista de ciências sociais na região com o apoio de Cuba. Pareceu-lhe uma grande idéia e designou dois representantes seus em uma reunião no dia seguinte na qual assisti espantado o diretor do Centro da América Latina rejeitar a idéia sob o pretexto de que a revista de seu instituto cumpria esse papel. Nunca falei com ele sobre esse assunto mas foi uma lição muito forte sobre os limites do seu poder.

Essa mesma impressão teve um padre que participava das gigantescas reuniões sobre a dívida externa que se realizaram em Cuba na mesma época. Esse padre, com o sentido de poder burocrático que todo o clero tem, tomou a palavra para lhe dizer que estranhava como ele poderia dirigir autoritariamente um país como Cuba se fazia vários dias participava o tempo todo de reuniões maratónicas de uma assembléia permanente que operava das 9 da manhã à meia noite. “Não vejo ninguém lhe passando mensagens e recebendo ordens. Então, quem governa este país?” Perguntava espantado.

Lembro que nessa oportunidade, em conversas bem íntimas Fidel me dizia que estava voltado basicamente para o estudo dos grandes problemas mundiais e nacionais enquanto as tarefas de governo estavam nas mãos do partido, das assembléias populares e das novas gerações. Não creio que possa ter mantido esta postura por muito tempo. Em 1989 os russos jogavam pelo chão aqueles acordos que Fidel descrevera nas reuniões da dívida como a nova ordem econômica mundial que Cuba tinha conseguido estabelecer com os países socialistas.

Mas no meio de toda essa responsabilidade local e internacional, era impressionante ver Fidel, alguns meses antes, encerrar sua participação em uma dessas reuniões da dívida para assumir a direção pessoal da ajuda de Cuba ao México por ocasião do terremoto violento que sofrera esse país. Mais uma vez o povo cubano exercia sua solidariedade revolucionária sob a liderança de seu dirigente máximo. Lembrava da voz de Allende no grande terremoto de 1971 no Chile. Voz que nunca tinha ouvido de outros dirigentes em ocasiões similares. Mas mais impressionante era ouvir a voz de um dirigente se levantar para apoiar os cidadãos de um país irmão.

Onde está o ditador? No comportamento, no poder incontestável, no sectarismo, na intransigência, no obscurantismo intelectual, na distância com seu povo, no respeito às regras da mais democrática constituição já realizada até a constituição venezuelana que também foi discutida, como a de Cuba, com toda a população e votada depois de terminada pelo parlamento? Democracia é o poder do povo e confesso que não conheço outro país onde este poder é exercido diariamente pela população como em Cuba. Onde os deputados da Assembléia popular sentem-se tão responsáveis pela vida do seu povo como meu amigo deputado popular que me convidou à sua cidade do lado da Havana e ficou branco porque tinha um buraco nas ruas da sua cidade. Pelo qual sentia-se tão responsável depois de várias reuniões que tinham realizado na vizinhança sem conseguir resolver o problema porque, depois que era coberto, o buraco voltava a se abrir.

Não venham me dizer que estou ocultando os problemas de Cuba. Longe de mim tal coisa. Tenho grande consciência deles e lhes garanto leitores que se alguém está consciente deles é o Fidel Castro. Nunca o senti ocultá-los. Pelo contrário, lembro especialmente da longa conversa com ele e o governador do Rio, Anthony Garotinho, em 2000, sobre o fenômeno da pobreza em Cuba, tema que ele estava estudando com uma equipe de milhares de jovens com a pretensão de realizar uma intervenção definitiva no problema. Era tal seu entusiasmo sobre sua mobilização de forças nessa direção que o jovem governador via-se cansado enquanto o velho revolucionário continuava perguntando sobre as experiências das políticas sociais no Rio de Janeiro e contando suas experiências sobre um fenômeno cuja extensão ele desconhecia faz pouco.

Teria tanto que contar sobre meu companheiro Fidel Castro. Quero fazer este testemunho incompleto mas muito sincero por ocasião dos seus 80 anos. Mais importante ainda é fazê-lo no momento de sua cirurgia que espero poderá superar bem. Falo do maior personagem do Século XX que tem muito a dar ao século XXI com este grande movimento que se desenha em Cuba nesse momento sob o título geral de Batalha das Idéias. Abrir Cuba em direção ao mais profundo debate intelectual que um povo tenha jamais realizado. Garantir a educação universitária para toda a população. Transformar Cuba no mais culto e consciente dos povos do mundo. Lembremos que América Latina teve duas experiências fantásticas nesse sentido: os casos da Costa Rica e do Uruguai que alcançaram índices altíssimos de educação, qualidade de vida e paz durante os anos de estado do bem-estar. Mas nenhum deles o fez cercado e atacado pelo maior poder econômico e militar do mundo. Cuba pôde fazê-lo porque realizou uma revolução profunda e porque tem um líder excepcional. Estou de acordo com o carregador de malas do aeroporto da Havana. Que honra desfrutar de sua admiração tantas vezes manifestadas e – se o mereço – de sua amizade.

Boletim Semanal - Crônicas

Carta de minha filha sobre a nossa casa no Chile

Com atraso publico a carta de minha filha Nadia Bambirra dos Santos sobre nossa casa no Chile. VER MATERIA NESTE BLOG (para ler, clique aqui).

Ela e Ivan tinham 9 e 7 anos. Enquanto estávamos preparando a casa para morar havíamos comprado
alguns móveis que lhes impedíamos de sujar e subir. Quando os 350 exilados foram transferidos para nossa casa, os móveis foram imediatamente convertidos em objetos descartáveis que as pessoas usavam sem maior respeito. Nádia e Ivan brigaram muito tempo com os companheiros que usavam os móveis que eles tinham aprendido a respeitar. Também viram com desespero os companheiros arrancarem as cercas para converte-las em lenha para um fogão improvisado com as barras de ferro das portas. Também me lembro dos talheres de madeira que eu fiz para eles. Também foi muito dura a separação quando quase todos os exilados receberan o salvo conduto para viajar para o Panamá e somente nove "diferidos" ficamos no Chile. A separação naquele clima de violência no qual eles viram pela televisão Allende, avô de seus colegas de colégio, ser assassinado oi cheia de incertezas e durou bem uns quatro meses até que a pressão internacional obrigou o governo chileno a premitr minha saida do Chile. Claro que tudo isto foi muito traumático para eles. Mas foi também uma lição de solidariedade que Nadia reconhece nesta carta.

A Carta:

Por un lado nos emociona a la Vania y a mi ver las fotos y notícias de lo que un dia fué el suenho de una casa feliz, con la linda casita de muñecas, la picina y el pomar...finalmente tendriamos um suelo, y claro, en Chile, pues nos sentiamos chilenos...infelizmente este fué un sueño muy corto...ni bien terminamos la pintura y la casa se habia convertido en un espácio de resistencia política, con mas de 350 perseguidos politicos, que vivieron allá por algun tiempo interminable de sus vidas, gracias a la solidaeridad de Theotonio y Vania que cedieron su nueva casa, a la embajada de Panamá, que abrigava todas esas personas asta ese momento en un pequeño apartamento adonde se acia cola para comer, sentarse, fumar, dormir, etc.
Lamentamos que el monumento sea solamente a lo que hubo de negativo, consequencia de la crueldad del gobierno Pinochet, sin siquiera mencionar la história completa, que hace mucho mas rico ese espacio que fué de resistencia politica, que salvó centenas de vidas, y que seguramente se convertió en quartel como represália al hecho de haver salvado tantas vidas.
Nos parece importante que se haga un verdadero resgate de esa memória. En nuestra opinion deveria ser un monumento a la resistencia y la tortura.

PS - El nombre de Theotonio está escrito equivocado en el sitio...

Boletim Semanal - Notícias e Livro

Recebemos por e-mail de Víctor Alvarez R. esta notícia que divulgamos aqui:

Tengo el agrado de informarles que mi libro "Venezuela: ¿Hacia dónde va el modelo productivo?", publicado por el Centro Internacional Miranda (CIM) y que hace poco recibió "Mención Honorífica" del "Premio Internacional Libertador al Pensamiento Crítico", acaba de recibir también el "Premio Municipal al Pensamiento Político Gustavo Machado"

Ambos galardones constituyen un importante reconocimiento a la intensa labor de investigación que realizamos desde el CIM, al calor de intensos debates comprometidos con la generación de un nuevo conocimiento crítico que contribuya a profundizar el proceso de transformación revolucionaria que está en marcha en Venezuela.

Los interesados en leerlo pueden bajarlo desde http://scr.bi/do49zy

Boletim Semanal - Agenda do Prof. Theotonio dos Santos de 15 de fevereiro a 17 de abril

THEOTONIO EM BUENOS AIRES

Theotonio Dos Santos segue o dia 6 de Setembro para Buenos Aires com uma agenda cheia. Participará da Cáedra Libertador da Secretaria de Cultura da Presidencia da Repúboica, do seminário sobre economia política dos direios humanos da Universidade das Mães da Praça de Maio e da Mesa de encerrameto além de dirigie uma mesa do Forum Universitário do Mercosul - FOMERCO. Seguem também umas discussões com companeiros argentios sobre a caracterização da crise atual e questões paralelas.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ao 70 anos de morte de Trótski, Portal faz um especial

Aos 70 anos de morte do pensador marxista, dirigente político, estadista e revolucionário russo Leon Trótski, completado no presente mês, o Portal do PSTU apresenta um especial em sua homenagem: 70 anos sem Trotsky.

O internauta encontrará inúmeros materiais vídeos, artigos, imagens, etc que buscam resgatar uma parte de sua contribuição histórica, política e intelectual à luta pela emancipação dos trabalhadores do mundo todo e a construção do socialismo.

Artigo de Beatriz Bissio sobre a UNASUR

UNASUR

Proyecto en construcción con cruciales desafíos en puerta

Por Beatriz Bissio

BRASILIA, 4 ago (IPS) - En la última cumbre del Mercado Común del Sur (Mercosur), realizada en Argentina, se recomendó la convocatoria de una reunión extraordinaria de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) para analizar la crisis diplomática entre Colombia y Venezuela.

Esa disputa constituye un nuevo desafío para la Unasur, creada en 2008 en Brasilia por los 12 países de América del Sur.

"La Unasur permite el diálogo entre países de fórmulas políticas y económicas diferentes. Hablando se entiende la gente. La iniciativa es perfecta: hay problemas que necesitan diálogo", declaró a IPS Gabriel Gaspar, de la Fundación "Chile 21", ligada al opositor Partido Socialista de ese país.

Gaspar fue subsecretario de Guerra del Ministerio de Defensa y embajador de los gobiernos de la centroizquierdista Concertación de Partidos por la Democracia, que dirigió Chile entre 1990 y marzo de este año. Para continuar lendo, clique aqui.

Entrevista à Maria Hermínia Grande

“Es probable que Dilma Roussef gane en primera vuelta”

Entrevista a Maria Hermínia Grande, na rádio La Capital, Santa Fé, Argentina.
( 14 de agosto de 2010)



Dr. Theotonio Dos Santos: Economista e investigador brasilero. Profesor de la Universidad Federal Fluminense. Presidente de la Cátedra y Red UNESCO y Universidad de las Naciones Unidas sobre Economía Global y Desarrollo Sostenible (REGGEN) y profesor visitante nacional senior de la UFRJ.

MHG: En octubre se llevarán a cabo elecciones presidenciales en Brasil ¿cuál es su opinión acerca de los dos candidatos que están tratando de hegemonizar las voluntades de la gente, Dilma Rousseff y José Serra?

TDS: Tengo una cuestión personal con Serra, porque fue él quien me llevó a la embajada de Panamá en Chile durante el golpe de Estado de 1973, es un gran amigo y Dilma Roussef es una compañera, con quien desde mi vuelta a Brasil en el 79 estado muy ligado. Hemos estado en el mismo partido con Leonel Brizola. Hablo de amigos muy directos, pero la verdad es que Serra ha tomado un camino político bastante equivocado, según yo creo. En el proceso del enfrentamiento político-presidencial ha empezado a buscar modos de criticar al gobierno actual que fueron muy negativos: uno de ellos fue la iniciativa de criticar la política de integración latinoamericana. Fué muy crítico de lo que sería la “protección” de Lula a los bolivianos, exige una postura más firme frente a Argentina en el mercosur, cosas de ese tipo que han planteado una posición política muy conservadora. También asumió una perspectiva muy despectiva en relación a Dilma, diciendo en la campaña que Dilma es simplemente una creación de Lula y en el momento en que apareciera en televisión y en público sería un fracaso total frente a un Serra que tenía una experiencia política muy grande, quien había sido candidato a presidente y es gobernador de San Pablo. Él y su partido concentraram mucho la campaña en esto, los resultados son dramáticos para ellos. Dilma, en efecto, no era muy conocida, era un cuadro más administrativo que político-electoral, a pesar que es una mujer de fuerte tradición de lucha política, estuvo en la lucha contra la dictadura, estuvo presa tres años, fue torturada brutalmente; y, por lo tanto, tiene una tradición política muy grande desde la década del 70. Pero no frente al público en general, fue secretaria de los gobiernos de nuestro partido de entonces (el PDT) y del PT en Rio Grande do Sul, fue ministra de Lula y adquirió una experiencia muy significativa de administración. Lula la trajo para su gobierno como ministra de energía. El país estaba frente a una situación dramática, con apagones permanentes. En dos o tres años ella resolvió este problema, lo que le dio mucha fuerza con Lula. Frente a las dificultades que tuvo Lula con la segunda figura del partido, José Dirceu, que era su jee de la casa civil (una especie de jefe del gabinete de ministros) ella lo sustituyó y puso orden en el gobierno de Lula…

A partir de este momento, Dilma fue responsable de los avances administrativos que terminaron por consolidar su gobierno de un modo muy importante, hasta el punto que Lula hoy tiene el 88% de apoyo que consideran excelente y bueno a su gobierno, contra un 8% de regular y sólo un 4% en contra. Es un caso de casi unanimidad en un país tan grane y diversificado. ¡Y no se puede negar que quien dirigió el gobierno fue Dilma!.

Si bien la gente no la conocía tanto, en el momento en que empieza a aparecer en público tiene un poco de nerviosismo porque no tiene el contacto con la prensa fluido como otros candidatos que se han dedicado permanentemente a la política electoral. Pero se ha ido consolidando de a poco. Es una persona que conoce toda la situación del país. Y se ha jugado por el país y lo ha hecho con toda su vida. Por lo tanto no se trata sólo de una administradora, sino que se trata de un cuadro político, y se ha afirmado de un modo muy impresionante. La última encuesta electoral (1) le da a Dilma el 41% y a Serra 33%, y una candidata que era ministra de medio ambiente de Lula tiene un 10%; pero en la segunda vuelta Dilma tendría el 49%. Sin embargo esta diferencia va a profundizar y es probable que Dilma gane en la primera vuelta. En Brasil hay que llegar al 50% para ganar en la primera vuelta. Pero ese 41% está subestimado y probablemente ella vaya a llegar a la cifra para que no haya segunda vuelta. Estamos frente a un éxito electoral muy fuerte y ante una candidata que, a pesar de ser presentada como una criatura de Lula, tiene ideas muy claras, mucha fuerza de conducción y un profundo conocimiento de la administración.

MHG: ¿Cuáles serían los puntos que Dilma debería profundizar en la continuidad de políticas del presidente Lula?
TDS: Tiene que consolidar la política industrial de Lula, la verdad es que cuando Lula entró en el gobierno, Brasil exportaba cerca de 50 mil millones de dólares y ahora está exportando cerca de 200 mil millones. En estos ocho años hubo un cambio de Brasil en su capacidad de exportación, en sus vínculos con el comercio mundial, etc., pero esta exportación está muy vinculada con el sector agroindustrial y ha bajado mucho la importancia relativa de la industria. El objetivo ahora es la consolidación del sector industrial y con un fuerte desarrollo de la ciencia y la tecnología y la innovación.

Este es un objetivo central, es decir, se va a invertir muy fuertemente en ciencia y tecnología para estar a la altura de los grandes cambios que están ocurriendo en el mundo y para garantizar una proyección fuerte de Brasil en la economía mundial. Este es un proceso que está en marcha, pero ella lo va a profundizar.

El otro punto muy crucial en el gobierno es que para que esto se cumpla se necesita una base educacional muy importante, y Brasil tiene un atraso educacional serio, pero hay una idea fuerte en este aspecto en el gobierno de Lula. Para que usted tenga una idea, en el gobierno de Fernando Henrique Cardoso no se creó ninguna universidad en ocho años de gobierno, esto es especialmente dramático teniendo en cuenta que fue un presidente que había sido profesor universitario y no creó ninguna, en el gobierno de Lula se crearon 14 universidades y varias (cerca de 200) escuelas superiores y de enseñanza media de tecnología.

El otro aspecto, es la cuestión social, el gobierno de Lula se caracterizó por elevar el número de personas que recibían un apoyo para supervivencia que alcanza a doce millones de familias, o sea, más de 40 millones de personas. Esto permitió salir de la condición de miserable a esas personas, que no tenían casi nada. Con esto cerca de 21 millones de personas salieron de la condición de miserables. Lo que ahora se pretende es que no haya más pobreza absoluta en el país. La idea es, además de garantizar las bolsas familia, generar empleo para esas personas, a través de una política de desarrollo económico.

El país estuvo paralizado por más de 20 años, en función de la deuda absurda que se asumió en la década del 70 y 80 y FMI y el Banco Mundial impusieron al país una política que impedía el crecimiento económico totalmente. Esa política todavía tiene fuerza en el Banco Central del gobierno de Lula, ese es un problema serio, pero en el ministerio de hacienda, en el de economía, en el Banco de Desarrollo Económico y Social hay otra política: de desarrollo. Mientras el Banco Central continúa creando problemas. Aun así se consiguió que este banco bajara la tasa de interés absurda con el falso pretexto de impedir la inflación, o de atraer al país inversiones extranjeas, etc.

Nosotros llegamos a pagar, durante el gobierno de Cardoso, 48% al año de interés por los títulos de una deuda pública inexplicable. Durante los últimos años del gobierno Lula la tasa de interés pagada por el Estado ha bajado y se llegó a un 7% de interés lo que permitió retomar el crecimiento económico. Es evidente que con las tasas de interés tan altas no hay posibilidades de crecimiento económico, nadie va a invertir en actividad productiva si se puede ganar dinero sin hacer nada. Esto permitió al país, en los últimos tres años, recuperar una tasa de crecimiento bastante fuerte, hubo una pequeña baja en el 2009 por la crisis internacional, pero eso ya pasó. Este año se va a llegar a un 7% de crecimiento, con lo cual se puede absorber gan parte del desempleo. Desde 2002 hasta acá la tasa de desempleo bajó de unos 14%, que es muy alta, a un 7%, que todavía es alta. Pero se cree que manteniendo una tasa de crecimiento superior al 5% podemos, no eliminar totalmente el desempleo, pero bajarlo al 4 o 5% que ya sería una situación bastante más segura para los trabajadores en general.

Durante el gobierno Lula hubo un aumento del sueldo mínimo que fue muy importante. La idea es consolidar ese aumento y elevar el nivel salarial del país y con eso empezar una política de redistribución del ingreso, que ya empezó en este gobierno, pero todavía es muy modesta. La idea es profundizarla. En todo esto Dilma se afirma como una persona que no está haciendo promesas, no aparece como una demagoga, sino como una persona seria que está haciendo estos cambios en el gobierno de Lula, los que va a continuar y a profundizar en su propio gobierno.

MHG: ¿Se ha dicho que Lula podría integrar el gobierno de ganar Dilma?
TDS: Lula no quiere quedarse en el gobierno, no quiere ser como el viejo que insiste en que hay que buscarle un lugar... Él tiene su lugar y no va a meterse en el gobierno de ninguna manera, estará dispuesto a ayudarla, pero no como miembro del gobierno. Lula está interesado en la cuestión latinoamericana y africana, él está muy sensibilizado por la situación de África, porque al mismo tiempo de ser una zona que sufre mucho tiene un gran potencial de crecimiento y desarrollo muy grande y sería muy bueno para Brasil colaborar en el desarrollo de la región latinoamericana y de África para consolidar los dos continentes dentro del sistema político-económico mundial, que están muy abajo de su poder, de su representatividad y de su importancia estratégica. No sé si va a crear una ONG, pero no va a trabajar oficialmente en el gobierno. En el partido puede volver a la presidencia, ya es presidente honorario, pero sería mejor que lo haga por otros carrilles. Hay un grupo muy grande de intelectuales que estarían dispuestos a colaborar con él… puede ejercer un rol muy positivo, porque internacionalmente se ha hecho una figura muy querida, muy popular y muy respetada. Tiene condiciones muy favorables. Él no quiere que prevalezca la idea que Dilma va a depender de él…


(1) La última encuesta de Data Folha le da 47% en contra de 30% de Serra. Como la ota candidata con voto es Marina con 9% Dilma tendría ahora más del 54% de los votos, ganado en la primera vuelta como yo preveía en la entrevista del día 14 de Agosto.

domingo, 22 de agosto de 2010

Boletim Semanal - Artigos Jornalísticos

Respostas do IPEA ao O GLOBO

A batalha das idéias é permanente. Conheço desde muitos anos estas histórias. O golpe de 1964 interveio na Universidade de Brasília e demitiu vários professores. Eu estive na primeira demissão. Fomos 4 demitidos pelo interventor depois transformado em grande pedagogo em São Paulo por criar a Universidade de Campinas. Anteriormente, a direita entrou em choque com todas as iniciativas que refletiam o avanço democrático no país. Um caso muito comentado foi a campanha contra a história nova que depois do golpe gerou várias prisões. O golpe de 1964 esvaziou o Brasil de alguns dos seus mais importantes quadros intelectuais, técnicos e cientistas. No Chile, onde me exilei, também tivemos estas confrontações e tentativas de impedir o desenvolvimento intelectual do país. O golpe de 1973 liquidou com o Centro de Estudos Sócio econômico que eu dirigia. A Faculdade de Economia Política que dirigia Roberto Pizarro, antigo orientando meu e membro de minha equipe de pesquisa foi devastada. Várias outras universidades e centros de pesquisa foram liquidados. Na Argentina onde meus livros foram adotados amplamente nas universidades também assistimos perseguições colossais que incluíram as editoras que os publicaram. O mesmo ocorreu no Uruguai. No México, para onde me dirigi numa nova fase de exílio, vimos a grande ofensiva neoliberal buscar deter completamente a grande ebulição intelectual e artística que este país viveu a partir da chegada de intelectuais exilados de toda a América Latina. Não conseguiram expandir a repressão como nos países sob ocupação militar por suas próprias forças armadas. Mas vimos, por exemplo, a tentativa em parte vitoriosa de reformular os currículos do país para revalorizar a ditadura de Porfírio Dias e diminuir a importância histórica a revolução mexicana. Todos os dias assistimos a tentativa da grande imprensa internacional de ocultar a verdadeira revolução cultural em curso na Venezuela de Hugo Chaves declarada pela UNESCO território livre de analfabetismo, com um boom editorial colossal e o aumento gigantesco das matriculas escolares além do impressionante plano em marcha de instituir universidades em todos os municípios do país. Nem falar das mentiras que se contam sobre o fantástico progresso intelectual e científico do povo cubano, ignorado sistematicamente. Pois é assim: onde haja avanço intelectual e científico para aí se destinam os ataques de uma imprensa arcaica a serviço do nosso atraso. É impressionante, por exemplo, como logram criar condições de hegemonia do chamado pensamento único neoliberal.

Lembro-me agora do affair que tivemos na UFF para assegurar a bolsa de um funcionário do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.. A direção do banco negou bolsa ao aluno como despejou enormes calúnias não só contra a qualidade de nosso doutorado que desconheciam mas que não estava na lista do main strean que referenda a péssima qualidade dos economistas que formam a direção deste e outros bancos da época. Quando o senador pelo Rio de Janeiro exigiu infrmações do Banco sobre sua política de formação profissional se atreveram a recorrer à calúnia aberta tentando vincular o senador do Rio com o estudante que teriam sido colegas durante seu serviço militar. Não se deram nem o trabalho de verificar a diferença de idade entre os dois que impossibilitava totalmente um serviço militar comum. Mas esta gente está tão acostumada à impunidade que não s preocupam com estes detalhes...

Bem, agora vêm os ataques contra o IPEA, transformado na década passada num centro ideológico a serviço do chamado pensamento único neoliberal. E muitos mais órgãos do governo que tentem abrir a caixa preta de um ocultamento sistemático de nossa realidade e da realidade internacional serão objeto de ataques incidiosos. Por sorte eles ainda não podem fechá-los como nos golpes militares, mas quanto tempo mais agüentarão que os dados desmascarem suas invenções.

Vejam a defesa do IPEA diante destes ataques insidiosos em:

Boletim Semanal - Artigos Jornalísticos

Mensagem à Assembléia Nacional lido pelo companheiro Fidel

Vimos chamando a atenção para a advertência de Fidel Castro sobre os perigos de uma guerra nuclear mundial a partir do ataque ao Iran. Fidel Castro, ao reassumir suas funções na Assembléia Popular de Cuba (cuja existência, eleição e funcionamento são ocultadas sistematicamente pela grande imprensa mundial) fez novas declarações muito importantes sobre o tema. Ele vê um movimento de desmobilização das articulações aventureiras de direita nas atuais circunstâncias internacionais. Cita o caso da libertação do companheiro Geraldo, um dos cinco prisioneiros cubanos de consciência nos Estados Unidos. Podíamos citar também o recuo das provocações colombianas, a partir da nova gestão do presidente Santos. Podemos citar também as crescentes dificuldades estadounidense no Oriente Médio e no Afganistão, sem falar no atoladeiro que se está armando na potência nuclear que é o Paquistão. Parece que a ultradireita vai ser obrigada a recuar neste momento, até quando não o sabemos. Em todo caso é uma oportunidade para Obama tentar um avanço.

Ofereço aos leitores dois documentos. O discurso de Fidel Castro e a minha carta aberta de saudação pelos seus 80 anos que foi publicada com grande destaque no Gramma internacional em 2007.

Boletim Semanal - Artigos Jornalísticos

Fidel Castro sobre el "Gobierno Mundial"

Os dois artigos de Fidel Castro sobre a idéia de um governo mundial e do papel que cumpre o comércio de drogas neste projeto de dominação global merecem ser lidos e discutidos com detalhe. Falta inclusive no panorama apresentado uma análise do esquema tripartido entre EE.UU>, Irão e "contras" que vincula fortemente o governo norteamericano com o dito comércio. Da mesma maneira falta o programa da CIA de introdução do crack nas populações de jovens negros na Californa, amplamente documentado já. Faltam também o apel das drogas na guerra do Vietnam e do Afganistão. Enfim, a coisa é ainda mais grave do que nos apresenta Fidel nestes dois artigos sobre o governo mundial.


domingo, 15 de agosto de 2010

Boletim Semanal - Vídeo

Theotônio dos Santos - palestra pela Revista Ciência e Luta de Classes nº 5

" A CRISE DO CAPITAL E SEUS REFLEXOS NA AMÉRICA LATINA." Palestra realizada por ocasião do lançamento da quinta edição da Revista Ciência e Luta de Classes. Foi realizada no dia 14 de junho de 2010, na Universidade Federal Fluminense (UFF). Apoios: Cooperativa Inverta / Partido Comunista Marxista-Leninista (PCML).

Página original do vídeo: inverta.org

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Dois artigos de Julio Gambina

El debate es por la hegemonía del poder económico

Por: Julio C. Gambina1

El contrapunto político de estas horas parece revivir las discusiones del 2008 en torno a las políticas económicas necesarias. Lo que está en discusión es el modelo económico del país, es decir, ¿qué se produce y para quién? Ello supone definir también la distribución del ingreso nacional. No existe la posibilidad de una distribución equitativa del ingreso si no se modifica el modelo productivo. Es un debate que trasciende a la Argentina, que empieza a sustanciarse en la región latinoamericana y caribeña e incluso en el mundo producto de la crisis del capitalismo.

Un ejemplo de lo dicho es la inauguración de la muestra agropecuaria de Palermo. Resulta notorio verificar que el sector hegemónico de las centrales empresariales del sector agropecuario, agrupadas en la Mesa de Enlace, reiteran en la coyuntura su demanda por eliminar las retenciones a las exportaciones (20.724 millones de pesos al 30 de junio, unos 5.000 millones de dólares para medio año)2, al tiempo que reivindican su papel histórico y presente en la dirección política de la sociedad.

El momento es considerado propicio por los datos de evolución de la economía. Es un momento para la ofensiva. El pronóstico de CEPAL3 señala para Argentina un crecimiento del orden del 6,8% para el 2010. Sin embargo, las expectativas, no solo en el gobierno, están por encima de ese guarismo, especialmente en el sector agropecuario, que deja en el pasado la sequía y la caída de los precios internacionales, fenómenos que afectaron la rentabilidad del 2009.

El presente año viene con perspectivas de crecimiento de la renta y los principales propietarios de tierra no quieren resignar un nuevo ciclo de auge de ganancias y de posibilidades de acumulación, que son las que en definitiva definen el proceso de dominación económica, política e ideológica de la sociedad capitalista. Especialmente para la Sociedad Rural está puesto el desafío en la disputa por la hegemonía de la clase dominante en la Argentina.
Recuperar el modelo de dominación del “centenario”

Por eso, en el discurso de Hugo Biolcati4, Presidente de la Sociedad Rural en la inauguración de la muestra de Palermo se recupera la memoria del “centenario” (1910). Sin duda el momento más claro de hegemonía de la oligarquía terrateniente y ganadera, asociada al poder con frigoríficos, ferrocarriles y bancos, mayoritariamente de propiedad externa, principalmente ingleses.

Convengamos, que ese recuerdo es recuperado por la renovada existencia de una base material que sustenta el modelo productivo actual, surgido de políticas económicas cuyo origen remiten a la década del 90 y que no han sido modificadas. Desde la aprobación de la producción transgénica en 1996, tiempos de Felipe Solá (Secretaría de Agricultura, Ganadería y Pesca), Domingo Cavallo (Ministerio de Economía) y Carlos Menem (Presidencia de la Nación), irrumpió la “revolución sojera” (expansión de la frontera productiva, de 6 millones a 17 millones de hectáreas) que afecta la diversidad productiva y especialmente a la agricultura familiar.

No solo es cuestión de soja, porque también en aquellos tiempos se aprobó el tratado minero entre nuestro país y Chile para explotar la cordillera. El país se está transformando en un gran receptor de inversión externa en alimentación y minería, afectando la tierra y el medio ambiente, contribuyendo a depredar recursos naturales.

El privilegio a la producción agraria transgénica, especialmente de soja, viene acompañado de la mega minería a cielo abierto. Tanto el agro como la minería necesitan del paquete tecnológico en manos del capital externo, surgiendo así una alianza estratégica para la dominación. El modelo productivo vigente en la Argentina encuentra asociado en la cúpula del poder al capital más concentrado de origen local y externo.

La cúpula del poder es un lugar que las centrales empresariales del campo le disputan a otros sectores que supieron ganar terrenos en otros momentos. Es el caso del sector industrial en periodo de sustitución de importaciones (periodo especialmente criticado por el titular de la SRA, dando origen al “rumbo perdido”); o el bancario especulativo en momentos de liberalización financiera. La convertibilidad permitió una cierta hegemonía, modificada luego de la crisis del 2001 y la salida del régimen convertible. El gran crecimiento de la economía entre 2003 y 2007 disimuló las diferencias, las que volvieron a aparecer como disputa del ingreso con el retorno de la inflación.

Pensar la alternativa

Queda claro el sujeto social y económico de la dominación, sus disputas y su modelo productivo. En razón de ello, estamos convencidos que no alcanza con críticas éticas, que apelen a la generosidad de los poderosos para una distribución paliativa del ingreso. No alcanza con políticas compensatorias favorecidas por el superávit fiscal primario. Se necesita, por el contrario, la constitución de sujetos colectivos organizados que sustenten otro modelo productivo, otro modelo económico para otro país, con una ecuación de distribución del ingreso que satisfaga necesidades sociales mayoritarias insatisfechas.

Pero insistamos, eso supone cambios profundos en la orientación de la política económica. No alcanza con parches de una política social compensatoria. Lo sustancial son los cambios en el orden de las relaciones sociales de producción. Ese es el debate pendiente, y esencialmente, el desafío a construir si se piensa en perspectiva emancipatoria.

Buenos Aires, 1 de agosto de 2001

Notas:

1- Profesor de Economía Política en la Facultad de Derecho de la Universidad Nacional de Rosario. Presidente de la Fundación de Investigaciones Sociales y Políticas, FISYP. Integrante del Comité Directivo del Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, CLACSO.

2-Información al 1-08-2010 en www.afip.gov.ar

3-Estudio económico de América Latina y el Caribe 2009-2010. Sitio de CEPAL en internet.

4-Discurso completo en versión on line del Diario La Nación del 1 de agosto de 2010.


Venezuela, los datos de la economía regional y un poco más

Por: Julio C. Gambina1

Estoy en Caracas participando del IIIº Encuentro Sindical Nuestra América, ESNA2, en la misma semana que Venezuela rompe relaciones diplomáticas con Colombia, su vecino de una historia y cultura común, con importantes lazos comerciales y económicos. Coincide en el tiempo que la Comisión Económica para América Latina (CEPAL)3, dio a conocer su informe periódico con proyección de la evolución de la economía en América Latina y el Caribe sobre la base de lo ocurrido en la primera parte del año.

El dato general señala una expectativa de crecimiento promedio del PIB regional del 5,2% para todo el 2010, diferenciando en ese dato cuatro categorías de países. Unos que tendrán crecimiento por encima del promedio, entre los cuales destacan Brasil (7,6%), Uruguay (7%), Paraguay (7%) Argentina (6,8%) y Perú (6,7%). Un segundo grupo donde aparecen, Dominicana, Panamá, Bolivia, Chile y México con menor ritmo de crecimiento (entre el 6 y 4%). El tercer grupo con escaso crecimiento (del 3,7% a 2%) y se concentra en Colombia, Ecuador, Honduras y países del Caribe. El cuarto grupo, ya con pronóstico de decrecimiento, se ubica Haití (-8,5%) y Venezuela (-3%). De Haití se conocen sus problemas estructurales, a los que debe adicionarse la carga por el reciente terremoto.

Llama la atención la cifra negativa para el país de la revolución bolivariana, porque tanto el Programa de Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD), como la CEPAL, señalan a Venezuela como el país de menor desigualdad en la región, con la mejor evolución de sus indicadores sociales de los últimos años. El tema es difícil de entender si solo se miran los datos macroeconómicos sin los desagregados correspondientes, lo que lleva a pensar en la política social y económica como parte de un proyecto de transformación de la economía, el Estado y la sociedad.

Intento explicármelo desde la posibilidad que me otorga participar en un debate con dirigentes de trabajadores, con 300 delegados de 28 países, mayoría de la región latinoamericana y caribeña, más 200 delegados locales. En estas condiciones se puede conocer la realidad de nuestros países de boca de los protagonistas, en este caso dirigentes sindicales y territoriales del movimiento de trabajadores. Resulta de interés concentrarnos en lo percibido y absorbido de las intervenciones de los participantes de Venezuela. Además de los trabajadores tuvimos ocasión de escuchar a Aristóbulo Istúriz, Vicepresidente del Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), el partido de gobierno; y al propio líder de la revolución bolivariana y socialista, Hugo Chávez, que pese a sus ocupaciones de esas horas por el conflicto con el gobierno de Colombia, no se excusó de participar de la clausura del IIIº ESNA. La intervención de 2 horas y media, se concentró en el momento actual del proceso bolivariano y especialmente, los desafíos y el papel de los trabajadores en la construcción del socialismo. La cuestión central pasa a ser el cambio de las relaciones de producción, en particular, aquello que se asocia a la democratización de la economía, vía participación de los trabajadores en la toma de decisiones, en la gestión colectiva de las empresas.

Tiempo de profundización de la revolución

Del conjunto de relatos e intervenciones se entiende una primera etapa de los gobiernos de Chávez, Presidente del país desde 1999, concentrada en la cuestión social, principalmente la educación y la salud, tanto en el interés por satisfacer las necesidades alimentarias y socio culturales de los sectores de menores ingresos, que involucraban al comienzo del proceso al 60% de la población, y que hoy, la pobreza ronda el 25%, guarismo elevado pero alejado del inicial. Una traba al comienzo fue la propia estructura, dimensión y función del Estado, formado y preparado para otra etapa del desarrollo económico social venezolano. De aparato de la acumulación capitalista y difusor de la corrupción, se debía transformar en instrumento de la democratización de la sociedad y facilitador de una acumulación diferente. En ese sentido se avanzó en la reforma constitucional y más tarde se definió un rumbo hacia el “Socialismo del Siglo XXI”, que progresivamente mutó a una concepción de transformar el Estado para avanzar hacia una transición del capitalismo al socialismo.

La dinámica política, social y económica permite ahora pensar el desafío por avanzar, rápida y directamente, hacia un Estado socialista, en un accionar creativo asentado en la participación de los colectivos de trabajadores en la gestión empresarial. Estamos señalando que en la revisión crítica de lo que acontece en Venezuela, su desarrollo debe entenderse en sucesivas etapas de avance hacia la perspectiva actual de cambios en las relaciones sociales de producción. Son cambios en la propiedad y gestión de los medios de producción, lo que supone una política deliberada de recuperación de empresas, pequeñas, medianas y grandes, especialmente en la producción, aunque también en los servicios.

Es una tendencia que empieza a ser visible y asumida en forma consciente por los trabajadores, a la par que subsisten los problemas de corrupción y tendencias a la burocratización en empresas y esferas del gobierno. También deben consignarse límites en esta etapa inicial de gestión obrera extendida a un número importante de empresas de diversa magnitud. Es que inventar la nueva sociedad, el socialismo, la participación popular en la toma de decisiones y superar la concepción “estatista” del socialismo resulta un problema cultural y político de carácter histórico. Para algunos, se trata de desaprender una concepción histórica sobre el imaginario socialista asociado a la propiedad y gestión del Estado.

Lo destacado del tema es que esas recuperaciones de empresas incluyen el “control obrero” en la gestión, y estamos hablando del emblemático caso de SIDOR (la ex Techint), nacionalización empujada por el conflicto obrero y la presión de la comunidad en que se asienta la empresa y claro, la decisión gubernamental de cambio de rumbo en la estrategia global de desarrollo hacia el 2008. Las nacionalizaciones fueron evidentes con el petróleo en 2007, pero desde mediados del 2009 la gestión de los colectivos de trabajadores, el “control obrero” pasa a ser el camino que pretende definir el proceso de construcción de nuevas relaciones sociales de producción. La estrategia incluye diferentes ramas y sectores, como el petróleo, el aluminio, el cemento, la electricidad, las telecomunicaciones, el sector agrícola, el del hierro y acero, la administración de aeropuertos, la banca, la alimentación, hotelería, e incluso la producción y comercialización de la tradicional arepa de maíz.

Todo ello ocurre en un proceso de construcción de comunas y de Empresas de Producción Social. Se puede afirmar que la generalización de la experiencia venezolana de “control obrero” no tiene antecedentes en la historia e involucra a millones de mujeres y hombres, que con entusiasmo construyen el socialismo, diferente de la experiencia “estatista” de épocas anteriores, creando, inventando, sobre un terreno vacío en lo teórico y en la práctica, ya que nunca existió una experiencia del volumen de la que está en curso en Venezuela. No es que sea la primera vez que ocurren ocupaciones y recuperaciones de empresas, estando el caso argentino muy cercano, y en el tiempo, los consejos obreros de Turín, que motivaran la estimulante producción teórica de Antonio Gramsci en la década del 20´ del siglo pasado; o la experiencia en el socialismo del este de Europa. Lo diferente en la actualidad es la convergencia del protagonismo de los trabajadores en la perspectiva del autogobierno, en este caso de la producción, con la decisión de la conducción del proceso de la revolución bolivariana de avanzar por ese camino.

Hay que reiterar por los comentarios de los trabajadores intervinientes en nuestro encuentro, y la de las propias autoridades mencionadas, en todos se alude a la rémora burocrática en la cultura de burócratas gerentes, especialistas y funcionarios empresariales y del Estado. Al mismo tiempo se señalan dificultades y límites en la gestión colectiva por insuficiencia en la formación y capacidad de gestión de aquellos que asumen cotidianamente el aprendizaje de la nueva función de dirección, de coordinación y administración de la producción y circulación de bienes y servicios.

¿Sólo importa el crecimiento?

Por todo lo dicho es que llamamos la atención sobre los datos del crecimiento económico en Venezuela, pues no explican todo. Hay que mirar más allá de los datos y saber descubrir qué tipo de orden social se construye en cada país, más allá de la estadística.

Se puede crecer y sin embargo ser países con estructuras sociales más desiguales. Venezuela es el país de pronóstico de menor crecimiento y sin embargo es el proyecto social en curso que genera mayor entusiasmo y protagonismo de un sujeto colectivo que asume su propio destino.

A esa perspectiva de desarrollo interno debe adicionarse el esfuerzo por la integración con otros países de la región en la múltiple dimensión que supone la convergencia por una nueva arquitectura financiera (Banco del Sur, Banco del ALBA, el S.U.C.RE); Telesur; Petroamérica; desarrollos complementarios de emprendimientos económicos e incluso “grannacionales”, como nueva categoría en confrontación con las transnacionales.

Es cierto que en estos casos debe adicionarse a los límites históricos del proceso de revolución en Venezuela, los existentes en el resto de los países para encarar un proceso compartido de transformación del régimen económico y social, especialmente en momentos de crisis sistémica del capitalismo.

Ese carácter integral de la crisis nos tiene que provocar la discusión sobre crecimiento y desigualdad. ¿Cuál debe ser la búsqueda? Resulta de interés la discusión cuando crece la explotación irracional de los recursos naturales, que explican crecimientos importantes, aunque no registren el deterioro de la naturaleza y afecten la calidad de vida. Si América Latina es un laboratorio donde se estudian las transformaciones sociales a escala mundial, Venezuela es parte importante de los procesos de mayor radicalización en la búsqueda de respuesta anti capitalista a la crisis.

Caracas, 25 de julio de 2010

Notas:

1-Profesor Titular de Economía Política en la Facultad de Derecho de la Universidad Nacional de Rosario. Presidente de la Fundación de Investigaciones Sociales y Políticas, FISYP. Integrante del Comité Directivo del Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, CLACSO. Director del Centro de Estudios de la Federación Judicial Argentina, CEFJA, y del Centro de Estudios y Formación de la Central de Trabajadores de la Argentina, IEF-CTA.

2-http://encuentrosindical.org/

3-Estudio económico de América Latina y el Caribe 2009-2010. Sitio de CEPAL en internet.

Karl Marx en Sendai

Karl Marx en Sendai

Por Jens Grandt (*)


Pues sí, los japoneses son en verdad auténticos espíritus alemanes, unos románticos. Cuando toman al asalto el castillo de Heidelberg con sus cámaras fotográficas o, fascinados, toman apuntes en uno de los salones de Goethe, uno no puede más que admirarse de la intensidad con la que se abren a nuestra cultura europea.

Como cuando hacia el final de un simposio con profesores japoneses en Kioto cantan al unísono con sus colegas alemanes "Am Brunnen vor dem Tore". [1] ¡Y no estamos hablando de germanistas sino de economistas! Si esta escena tiene lugar es porque han leído a Marx.

Porque quieren leerlo en su idioma original: un diccionario y una gramática alemana a su izquierda y El capital a su derecha. Y lo leen tan a fondo que han podido encontrar errores en las ediciones existentes de las Obras completas de Marx y de Engels. ¡Que lo intente alguien en japonés si se atreve!

Izumi Omura tenía veinte años cuando tuvo en sus manos por primera vez un libro de Marx. Hoy es profesor de Economía política en la Universidad Tohoku de Sendai y uno de los editores de las fuentes de los escritos de Marx y Engels en la nueva edición de las Obras completas de Marx y Engels (MEGA, por sus siglas en alemán). No es el único descifrando los jeroglíficos garabateados por el economista de Palatinado. Ningún otro país tiene tantos catedráticos rojos en sus mejores universidades. Para continuar lendo, clique aqui.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Novamente a Colômbia

Un investigador de la policía colombiana confiesa que manipuló la información en la supuesta computadora de Raúl Reyes

VTV/www.colombiaplural.org

A la pregunta de la parte fiscal de si abrió la información y la manipuló antes de que esa información fuera sometida a control de legalidades, sin que existiera entonces autorización legal para ello, el policía respondió: “Sí señor”.


El investigador de la policía y testigo en el juicio que se sigue contra la sindicalista Liliana Obando por sus supuestos vínculos con las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (Farc), Ronald Coy, confesó ante un tribunal que manipuló la información que se encontraba en los supuestos ordenadores del fallecido jefe de las Farc, Raúl Reyes, quien fue asesinado por el ejército colombiano durante un bombardeo en Ecuador que violó la soberanía territorial de ese país.

De acuerdo a una nota publicada este jueves en el portal Europa Press, a la pregunta de la parte fiscal de si "abrió la información y la manipuló antes de que esa información fuera sometida a control de legalidades, sin que existiera entonces autorización legal para ello", el policía respondió: "Sí señor".

El abogado de la sindicalista investigada por sus supuestos vínculos con las Farc, Eduardo Matías, declaró posteriormente al servicio de noticias C&M que con la confesión de Coy, las acusaciones contra su defendida han perdido toda base jurídica.

"Se evidencia un manejo desbordado por parte del funcionario judicial y un abuso de autoridad que viola el debido proceso y por tanto la prueba no puede ser tenida en cuenta como prueba dentro de un proceso penal", señaló el abogado.

Pero ese no es el único caso en el que los supuestos ordenadores de Reyes han sido utilizados como "pruebas". De hecho, el Gobierno colombiano ha sustentado gran parte de sus acusaciones en contra Venezuela y Ecuador, con el pretexto de correos electrónicos y datos "extraídos" del computador, que resistió a un bombardeo con un saldo de más de 20 guerrilleros abatidos.

En 2008, el Gobierno colombiano, a través del Director de la Policía Nacional general Oscar Naranjo, difundió parte de supuesto contenido de uno de los tres computadores que se le habrían incautado a Reyes y dijo que se habían encontrado "evidencias" del apoyo del Presidente venezolano Hugo Chávez y su par ecuatoriano, Rafael Correa, a grupos insurgentes de las Farc.

En esa oportunidad, los dos gobiernos involucrados aseguraron que la información mencionada por Naranjo era fabricada, cuestión que queda confirmada con la confesión de Coy.

Naranjo, adelantándose a las suspicacias que podría despertar la "información" revelada anunció que el contenido de los computadores sería sometido a "valoración técnica internacional", cuestión que nunca se ha hecho.

Sin embargo, lo que no ha cesado son los señalamientos de Bogotá a Caracas sobre su supuesto apoyo a las Farc, sólo que las "pruebas" presentadas gozan de la misma "credibilidad" del intervenido computador de Reyes.

El episodio más reciente del gobierno uribista fue en la Organización de Estados Americanos (OEA), cuando el embajador neogranadino, Luis Alfonso Hoyos, presentó unas fotografías de dudosa procedencia y videos tomados de un servicio gratuito de internet como "evidencias" del "repaldo" del gobierno de Chávez a grupos insurgentes colombianos.

La presentación de Hoyos -sobre quien pesa una inhabilitación de por vida por haber estado involucrado en delitos de corrupción- derivó en la ruptura de las relaciones diplomáticas entre ambos países, anunciada por el Presidente venezolano.


A VOLTA DE FIDEL CASTRO

Com muito prazer vemos as noticias sobre a volta de Fidel à Assembléia Popular de Cuba (instituição cuja existência, caráter e funcionamento são ocultados pela “grande imprensa” ). Seu discurso busca encontrar razões para acreditar qe é possível evitar o ataque militar ao Iran, o qual, segundo artigo de Fidel que publicamos neste blog, é uma ameaça de uma nova guerra mundial com possibilidade de utilização de armas nucleares. Ele apresenta a liberação de Geraldo, um dos cinco cubanos prisioneiros de consciência nos Estados Unidos como uma indicação de mudanças na política do governo Obama. Creio que a posição do novo presidente da Colômbia de aceitar uma negociação com a Venezuela também é uma indicação disto. Por outro lado as terríveis dificuldades de apresentar uma mensagem positiva no Oriene Médio, no Afganistão e sobretudo no Paquistão, que é uma potência nuclear totalmente fora de controle, além das dificuldades de superar de maneira plena a crise econômica estadunidense e européia, sem falar nas dificuldades políticas em marcha no Japão. A clara dependência da China para encaminhar qualquer política mundial, etc. etc. Tudo isto vai acumulado uma situação cada vez mais difícil de ser gerida pelos Estados Unidos. A volta de Fidel vem com advertências sérias que não põem ser ignoradas pelas pessoas de bom senso. Como recordação publico também meu artigo sobre os 80 anos de Fidel que saiu publicado em página inteira no Gramma edição internacional, há 4 anos, mas mantém sua atualidade.

Fonte da foto: AFP


Primeira Sessão Extraordinária da VII Legislatura da Assembléia Nacional do Poder Popular, realizada no Palácio dos Congressos, em 7 de agosto de 2010, “Ano 52 da Revolução”.
(Versões Estenográficas - Conselho de Estado)

Mensagem à Assembléia Nacional lido pelo companheiro Fidel:

No início, faz apenas oito semanas, pensei que o perigo iminente de guerra não tinha solução possível. Tão dramático era o quadro que tinha enfrente de mim, que não via outra saída que não fosse a da sobrevivência, talvez provável, na parte deste hemisfério que não tinha motivo para ser alvo de ataque direto e em algumas regiões isoladas do planeta.
Era muito difícil, sabendo que o ser humano se aferra sempre a uma perspectiva mesmo que seja remota.
Apesar de tudo, fiz o intento.
Por fortuna, não demorei muito em me dar conta de que havia uma esperança, e certamente muito profunda. Porém, se a oportunidade se perdesse, o desastre adquiriria a pior das conseqüências. A espécie humana não teria então salvação possível.
Contudo, estou certo de que não será assim e, pelo contrário, estão sendo criadas nestes momentos as condições para uma situação nem sequer sonhada até há muito pouco tempo.
Um homem terá que tomar sozinho a decisão: o Presidente dos Estados Unidos. Com certeza, por suas múltiplas ocupações, ainda não se apercebeu, mas seus assessores começam a compreendê-lo, pode ser visto por passos simples mesmo como o cessar das torturas a Gerardo, um fato que não se tinha produzido em 12 anos de implacável ódio do sistema contra Cuba e contra ele. Hoje poder-se-ia predizer que o próximo passo será a autorização para que Adriana possa visitá-lo, ou sua libertação imediata, ou ambas as coisas. Através dela soube que seu estado de ânimo é o melhor em 12 anos de injusta e cruel prisão.
Visto que o Irã não vai cederá um ápice perante as exigências dos Estados Unidos e Israel, que já mobilizaram vários dos meios de guerra que possuem para fazê-lo, teriam que atacar logo depois do vencimento da data acordada pelo Conselho de Segurança em 9 de junho de 2010, assinalando as normas e os requisitos estabelecidos.
Tudo quanto o homem deseja tem um limite que não pode ultrapassar.
Neste caso crítico, caberia ao Presidente Barack Obama dar a ordem para o tão anunciado e apregoado ataque, cumprindo as normas do gigantesco império.
Porém, no mesmo instante em que desse a ordem, que é, além disso, a única que poderia dar devido ao poder, a velocidade e o incontável número de projéteis nucleares acumulados em uma absurda concorrência entre as potências, estaria ordenando a morte instantânea não apenas de centenas de milhões de pessoas, entre elas, um incalculável número de habitantes de sua própria Pátria, más também dos tripulantes de todos os navios da frota dos Estados Unidos estacionada nos mares em redor do Irã. Simultaneamente, a conflagração explodiria no Oriente Próximo e no Longínquo, além de em toda a Eurásia.
Quis o azar que, nesse instante preciso, o Presidente dos Estados Unidos seja um descendente de africano e de branco, de maometano e cristão. ¡¡¡NÃO A DARÁ !!!, se tomar consciência disso. É o que estamos fazendo aqui.
Os líderes dos países mais poderosos do mundo, aliados ou adversários, com exceção de Israel, exortá-lo-iam a que não o faça.
O mundo depois vai lhe render todas as honras que lhe correspondam.
A ordem atual estabelecida no planeta não poderá perdurar, e inevitavelmente será derrubada, de imediato.
As chamadas divisas conversíveis perderão seu valor como instrumento do sistema que impôs aos povos um contributo de riquezas, de suor e sacrifícios sem limites.
Novas formas de distribuição dos bens e serviços, educação e direção dos processos sociais surgirão pacificamente, porém se a guerra estourasse, a ordem social vigente desaparecerá abruptamente e o preço seria infinitamente maior.
A população do planeta pode ser regulada; os recursos não renováveis, preservados; a mudança climática, evitada; o trabalho útil de todos os seres humanos, garantido; os doentes, assistidos; os conhecimentos essenciais, a cultura e a ciência ao serviço do homem, garantidos. As crianças, os adolescentes e os jovens do mundo não morreram nesse holocausto nuclear.
Isto é o que desejava lhes transmitir, caros companheiros de nossa Assembléia Nacional.
Neste momento estou em disposição de prestar contas por estas palavras, responder as perguntas que desejarem me fazer e escutar as opiniões de vocês.

Muito obrigado (Aplausos).


FIDEL CASTRO: UM TESTEMUNHO


THEOTONIO DOS SANTOS*

thdossantos@terra.com.br



Fidel Castro é o dirigente político no poder por mais tempo no mundo todo. Lembro de um carregador de malas no aeroporto da Havana que, nos anos oitenta, insistia em me provar que Fidel era o maior líder de toda a história. Citava Lênin, Stalin, Roosvelt, Miterrand, vários outros que conhecia e tinha estudado. Todos eram vencidos por Fidel pelo seu profundo contato com seu povo, pela dimensão do desafio que representava uma pequena ilha como Cuba desafiar o maior poder do mundo. Jamais lhe ocorreu, como à maior parte da população cubana, possivelmente a mais politizada do mundo, ver em Fidel uma expressão de violência, de imposição, de ditadura.

Apesar disso, em grande parte do mundo ocidental vê-se na imprensa diária uma imagem totalmente diferente do Fidel. Sempre ameaçador, sempre delirante, sempre disposto a defender as causas contrárias aos Estados Unidos, sempre disposto a manter-se no poder sem limites. Quantas coisas terríveis lhe são atribuídas, e se dizeres algo em contra massacram-te com tantos adjetivos e desqualificações que pareces um extraterrestre. Desligam o microfone, suspendem tua entrevista na TV, retiram-te das colunas da grande imprensa e assim sucessivamente.

Tenho acompanhado em detalhes a revolução cubana desde minha juventude. Tenho lido seus discursos desde Sierra Maestra. Tenho estudado todas suas declarações. Tenho convivido com pessoas que foram ver a revolução cubana desde seu berço. Até que, muito mais tarde, por razões várias, vim a conhecê-lo pessoalmente no Chile da Unidade Popular. Desde então foram muitas as oportunidades em que tratei com ele diretamente. Não sei se posso dizer que sou seu amigo pois temos estado sempre em conversas políticas ainda quando em ambientes restringidos. Mas tenho um sentimento de ter nele um companheiro de lutas, um companheiro atento e sempre muito educado, muito sensível, muito preocupado com seus companheiros e amigos, com as pessoas em geral e com a humanidade como um todo.

Se Fidel tem alguma coisa a ver com um ditador, que bons seriam os ditadores. Tenho conhecido muitos políticos de várias orientações, fora e no poder. Nenhum tem ou teve a profundidade intelectual e a dimensão humana de Fidel Castro. Nenhum consegue manter o estudo sistemático de um problema por horas e horas em todos os seus detalhes e em todos seus aspectos como Fidel. Nenhum é capaz de manter-se em uma reunião acadêmica por algumas horas, muito menos por vários dias em várias horas diárias (de 9 da manhã até a meia noite como tenho visto ele manter-se em várias oportunidades.) E se é verdade que quando toma a palavra é muito difícil detê-lo, escuta também, anota, responde exatamente o que lhe é perguntado e tantas outras manifestações de respeito humano e de consideração ao trabalho intelectual. Mas sobretudo é o único político responsável em termos de chefe de estado que admite debater abertamente com os que discordam dos seus pontos de vista. Certamente nenhum dirigente democrático que conheci tem esta qualidade. Na verdade, é o único que a pratica amplamente, com paixão e rigor, com autenticidade. Devo corrigir: está surgindo um novo líder político com esta qualidade. Trata-se de Hugo Chávez. Vamos ver se conseguirá mantê-la portanto tempo. Até os oitenta anos como Fidel Castro. Acredito que é o primeiro discípulo de Fidel com esta característica que explica em grande parte sua longa permanência no poder.

Estranha-me também que Fidel não se dirija a seus subordinados com palavras de baixo calibre e com ordens impositivas, como ocorre nas democracias em vários níveis. Quantas vezes tenho ouvido explicações de amigos no poder de que de outra forma não seriam respeitados. Tenho convivido muito com subordinados que gostam da imposição do superior como forma de escapar das responsabilidades, como oportunismo e “carreirismo”. Certamente tem muita gente assim em volta de Fidel. Mas ele não parece necessitar da violência verbal para se impor. Contam amigos que viveram os períodos iniciais da revolução cubana muito perto dele e dos dirigentes revolucionários que suas discussões eram violentíssimas e apaixonadas. Pode-se imaginá-lo em meio das tempestades revolucionárias onde se tomam decisões radicais sem saber exatamente suas conseqüências. Tenho visto debates violentos entre os sandinistas, até sobre temas tão aparentemente distantes da revolução como por exemplo o papel da rima na poesia. Ver aqueles homens e mulheres armados discutindo as orientações das oficinas de poesia com tanta paixão parecia algo surrealista. Mas não havia violência de palavras, uso de palavrões, tentativas de imposição irracional. Dessa forma imagino os debates do período inicial da revolução que não pude compartilhar.

Lembro das paixões que, ainda no Chile tão comedido e “britânico”, produziam-se durante o processo revolucionário de 1970 a 1973 nos quais participei intensamente. Com o tempo, Fidel foi crescendo entre os revolucionários e talvez muito poucos se atrevessem a contestá-lo. Mas quantas vezes ele mesmo assumiu a autocrítica, como no fracasso da colheita dos 10 milhões de toneladas de açúcar em 1967. Era magnífico vê-lo frente a milhões de cubanos na praça pública assumir todas as responsabilidades do fracasso e, em seguida, pôr seu cargo a disposição do povo. Nunca vi nada similar em meus 50 e tantos anos de experiência política.

Um sentimento de debilidade de seu poder pessoal ficou na minha mente quando em 1985 o convidei a participar do Congresso Latino-americano de Sociologia que organizei no Brasil. Era evidente sua vontade de estar presente. Controlou sua vontade de participação quando lhe propus a criação de uma grande revista de ciências sociais na região com o apoio de Cuba. Pareceu-lhe uma grande idéia e designou dois representantes seus em uma reunião no dia seguinte na qual assisti espantado o diretor do Centro da América Latina rejeitar a idéia sob o pretexto de que a revista de seu instituto cumpria esse papel. Nunca falei com ele sobre esse assunto mas foi uma lição muito forte sobre os limites do seu poder.

Essa mesma impressão teve um padre que participava das gigantescas reuniões sobre a dívida externa que se realizaram em Cuba na mesma época. Esse padre, com o sentido de poder burocrático que todo o clero tem, tomou a palavra para lhe dizer que estranhava como ele poderia dirigir autoritariamente um país como Cuba se fazia vários dias participava o tempo todo de reuniões maratónicas de uma assembléia permanente que operava das 9 da manhã à meia noite. “Não vejo ninguém lhe passando mensagens e recebendo ordens. Então, quem governa este país?” Perguntava espantado.

Lembro que nessa oportunidade, em conversas bem íntimas Fidel me dizia que estava voltado basicamente para o estudo dos grandes problemas mundiais e nacionais enquanto as tarefas de governo estavam nas mãos do partido, das assembléias populares e das novas gerações. Não creio que possa ter mantido esta postura por muito tempo. Em 1989 os russos jogavam pelo chão aqueles acordos que Fidel descrevera nas reuniões da dívida como a nova ordem econômica mundial que Cuba tinha conseguido estabelecer com os países socialistas.

Mas no meio de toda essa responsabilidade local e internacional, era impressionante ver Fidel, alguns meses antes, encerrar sua participação em uma dessas reuniões da dívida para assumir a direção pessoal da ajuda de Cuba ao México por ocasião do terremoto violento que sofrera esse país. Mais uma vez o povo cubano exercia sua solidariedade revolucionária sob a liderança de seu dirigente máximo. Lembrava da voz de Allende no grande terremoto de 1971 no Chile. Voz que nunca tinha ouvido de outros dirigentes em ocasiões similares. Mas mais impressionante era ouvir a voz de um dirigente se levantar para apoiar os cidadãos de um país irmão.

Onde está o ditador? No comportamento, no poder incontestável, no sectarismo, na intransigência, no obscurantismo intelectual, na distância com seu povo, no respeito às regras da mais democrática constituição já realizada até a constituição venezuelana que também foi discutida, como a de Cuba, com toda a população e votada depois de terminada pelo parlamento? Democracia é o poder do povo e confesso que não conheço outro país onde este poder é exercido diariamente pela população como em Cuba. Onde os deputados da Assembléia popular sentem-se tão responsáveis pela vida do seu povo como meu amigo deputado popular que me convidou à sua cidade do lado da Havana e ficou branco porque tinha um buraco nas ruas da sua cidade. Pelo qual sentia-se tão responsável depois de várias reuniões que tinham realizado na vizinhança sem conseguir resolver o problema porque, depois que era coberto, o buraco voltava a se abrir.

Não venham me dizer que estou ocultando os problemas de Cuba. Longe de mim tal coisa. Tenho grande consciência deles e lhes garanto leitores que se alguém está consciente deles é o Fidel Castro. Nunca o senti ocultá-los. Pelo contrário, lembro especialmente da longa conversa com ele e o governador do Rio, Anthony Garotinho, em 2000, sobre o fenômeno da pobreza em Cuba, tema que ele estava estudando com uma equipe de milhares de jovens com a pretensão de realizar uma intervenção definitiva no problema. Era tal seu entusiasmo sobre sua mobilização de forças nessa direção que o jovem governador via-se cansado enquanto o velho revolucionário continuava perguntando sobre as experiências das políticas sociais no Rio de Janeiro e contando suas experiências sobre um fenômeno cuja extensão ele desconhecia faz pouco.

Teria tanto que contar sobre meu companheiro Fidel Castro. Quero fazer este testemunho incompleto mas muito sincero por ocasião dos seus 80 anos. Mais importante ainda é fazê-lo no momento de sua cirurgia que espero poderá superar bem. Falo do maior personagem do Século XX que tem muito a dar ao século XXI com este grande movimento que se desenha em Cuba nesse momento sob o título geral de Batalha das Idéias. Abrir Cuba em direção ao mais profundo debate intelectual que um povo tenha jamais realizado. Garantir a educação universitária para toda a população. Transformar Cuba no mais culto e consciente dos povos do mundo. Lembremos que América Latina teve duas experiências fantásticas nesse sentido: os casos da Costa Rica e do Uruguai que alcançaram índices altíssimos de educação, qualidade de vida e paz durante os anos de estado do bem-estar. Mas nenhum deles o fez cercado e atacado pelo maior poder econômico e militar do mundo. Cuba pôde fazê-lo porque realizou uma revolução profunda e porque tem um líder excepcional. Estou de acordo com o carregador de malas do aeroporto da Havana. Que honra desfrutar de sua admiração tantas vezes manifestadas e – se o mereço – de sua amizade.

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